quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

XXIV Grande Prémio Fim da Europa 2014











Começa assim o ano.  Acaba assim a corrida. Esta.

Faz este mês de Janeiro quatro anos que entrámos, pela primeira vez, nesta corrida e que fiquei fascinado pela beleza e desafio que representaram.

Voltei e tudo está quase na mesma. Chuva, vento e frio continuam a guardar esta serra que não seria a mesma sem estas características. Também, qual seria a piada de andar a subir e a descer a serra de Sintra com sol e calor...?? Quem não gosta de correr enquanto é salpicado pela chuva, ensopado pela água  e lama e travado pelo vento nas subidas?  E falo sem ironia, com a convicção pura de que, sem eles, a corrida não seria a mesma e a chegada não saberia tão bem.

Por isso, este ano não foi excepção e lá encontrámos o clima usual para este evento. Já não me lembrava da dureza desta prova e tive que me convencer que a organização alterou o percurso, para não me sentir derrotado. Porque custou-me bastante. Senti-me cansado, com vontade de voltar para trás e, quanto mais avançava, mais tinha aquela sensação de que estava a ficar entalado porque já nem para trás nem para a frente! Felizmente fui ao arquivo vasculhar os ensinamentos ancestrais e mentalizei-me que metade do sucesso está na cabeça. Fiz metade da corrida com o corpo e a outra metade com a carola. E, como demonstra a prova documental anexa, também cheguei ao fim, com um tempo que até me surpreendeu, tendo em conta todo o processo que me levou até lá. Digo "cheguei" porque quanto ao meu companheiro não é preciso comentar, era o que mais faltava não chegar!

É pena notar que a crise chega a todo o lado, até ao cabo da roca. Apesar de não ter encontrado a fartura de outrora no "cumbíbio" final, não é isso que conta. O que conta é participar.... (não é nada.... é fazer melhor tempo que os outros, mas enfim, achei que ficava bem acabar com essa).

Agora é esperar até chegar ao Atlântico!


domingo, 29 de dezembro de 2013

S. Silvestre de Lisboa


Depois da minha primeira re-corrida pirata em Monsanto, na qual ia morrendo, aventurei-me para esta emblemática corrida anual pelas ruas de Lisboa.

8000 participantes, todos engalfinhados entre-grades no meio da avenida da liberdade, a olhar para sul, à espera do momento da partida, deu-me aquela sensação de voltar a casa. O cheiro característico deste amontoado já se tinha evaporado da minha memória olfativa. Mas, como andar de bicicleta, entrou no meu sistema respiratório, e

tudo voltou a ser coisa do passado, como se nunca tivesse deixado o meio.

Apesar da chuva inicial, que acabou por refrescar o corpo, a corrida foi tranquila. É bom quando se vai sem expectativa e sem a pressão dos tempos. Fui, pirata, sem preocupações nem pressões, só para aproveitar o ambiente e para me restabelecer.  E ainda tive direito a claque, à partida e à chegada, que sabe tão bem neste desporto tão solitário.

Agora já posso começar 2014 com o pé direito. Só preciso é de uns ténis novos...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Correr a Direito?

Este Domingo de manhã, dia 7 de Abril de 2013, depois de perder um combóio e deixar a bicicleta amarrada a um poste no meio da rotunda de algés, fui dar um passeio com os meus amigos por Monsanto. Nós, e uma data de gente, que foi celebrar mais uma corridinha organizada pelo Clube de Rugby, ou Raguebi, do Direito.

É sempre relaxante correr em Monsanto, porque em vez de se participar numa competição de velocidade ou recorde de tempo, aproveita-se para lavar a vista e respirar o ar fresco do pulmão de Lisboa. Dez quilómetros de estrada à volta deste maravilhoso parque, com um percurso sempre agradavelmente inconstante, de subidas e descidas, de rectas e outras rectas, rodeados de verde e silencio natural, no centro de Lisboa.

Um ambiente descontraído, familiar, caracterizado pela boa disposição e espírito não competitivo, a não ser o dos bombeiros voluntários de Montemor-o-Novo, que levaram as taças todas!! Parabéns aos bombeiros! É sempre bom saber que andam em alta forma e prontos para ajudar o país a manter a chama baixinha...

Uma manhã passada em familia, do principio ao fim. Adorei. E tudo graças, mais uma vez, aos meus amigos-sponsors-mecenas. que fazem com que a minha presença exista. Mas mais do que o patrocinio em si, guardo sempre a sensação de inclusão, lembrança, cuidado e a companhia que me oferecem e que são, para mim, o que me faz levantar de manhã a um domingo com um sorriso, para ir subir montes e vales.

Faltou o fonseminas, mas só o body, o espirito teve lá sempre bro'!
Tudo drêt.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Meia Maratona de Lisboa 2013 - Runner's High

Mais uma moedinha, mais uma voltinha!

Primeira grande prova do ano, primeira grande prova do regresso. Que ambiente, que manhã e que corrida.

Realmente, quando se vai a uma prova destas, sem grandes expectativas, e se aceita a corrida tal como ela se nos apresenta, à medida que os minutos e os quilómetros vão passando, é quando se podem ter algumas boas surpresas. Foi o que nos aconteceu (e penso que posso falar por todos os que constituiam o nosso pequeno grupo da imagem) ontem, dia 24 de Março de 2013, na meia da ponte, ou melhor.... no meio da ponte.

Condições, companhia e timings perfeitos na pre-corrida, de mãos dadas com um ambiente contagiante no tabuleiro, permitiram cozinhar a motivação que é precisa para compor os tais 50% da receita de que se fala sempre para uma boa prestação.

Quem lá esteve, a correr ou a ver, ou até quem viu na televisão, percebe do que estou a falar. Milhares e milhares de pessoas, juntas, a saborear e a partilhar o nervoso miudinho que uma prova destas cria sempre em cada um de nós. Maravillhoso. E não falo só dos que fizeram os 21, porque de certeza que os que fizeram a mini também sentiram o mesmo.

Imagino o que seja organizar um evento deste tipo. E por muito que possam ter havido pequenas falhas, cada vez mais tenho a sensação que num evento destes, seria impossível fazer um "perfect".  Fazemos e aprendemos, e por muito que seja a 23ª sessão, há sempre coisas que se podem aprender. Não ouvi nem senti um lamento, uma queixa ou uma má disposição entre as milhares de pessoas que lá estavam. Por isso, em primeiro lugar, parabéns à organização oficial e a todos os que fizeram parte dessa equipa, que não devem ser poucos!

Quanto a nós, o mesmo se aplica. Todos aprendemos mais um pouco, cada um à sua medida. Os sorrisos no inicio da prova dizem tudo. E acreditem que se tivessemos tirado a fotografia no final, os sorrisos seriam os mesmos.

Batemos recordes pessoais, voltámos a formas próximas do passado, aprendemos regras sobre a temperatura, vestimentas e apetrechos, confirmámos que somos capazes de manter tempos competitivos com tranquilidade. E tudo isto sem caretas, sem queixas, sem sindrome do Rocky Balboa.

Eu senti esta boa vibração, na pele, durante toda a corrida, e sobretudo à medida que me cruzava com os meus companheiros de equipa, nas idas e voltas da marginal. Houve pulmão para troca de gritos de motivação altos e em bom som, força para esticar os braços, em sentidos contrários, e chocar as mãos em modo "high five" e até tempo para apreciar as vistas. Mas também senti essa vibração através de elementos do exterior. Os assistentes das bebidas, os corredores, o público, o tempo, até as bandas que tocam em vários pontos a meio da prova, que normalmente me desconcentram e distraem, me soavam bem e me davam o boost que precisamos continuamente.

Foi tudo isto que permitiu, correndo sem estar a morrer a cada metro, que surgissem as tais boas surpresas. No meu caso, foi olhar para a frente a dado momento, aí aos 7 km, ver  o corrredor-marcador com o balão da 1h30 sempre à minha frente e à vista durante o resto da corrida, e confirmar o meu tempo parcial aos 10km. Nem queria acreditar que estava tão fresco e com tão bom tempo. Esse mix deu-me a energia extra necessária para manter o passo até ao final. Mas cada um teve a sua luzinha.

E, depois, no final, confirmei que todos estávamos assim. Numa modalidade tão soltária como esta, foi mesmo bonito perceber que, a final, tinhamos feito uma viagem colectiva.

Estamos todos de parabéns.... não só os da foto, falo dos 30 e tal mil participantes.

Sigamos em frente!

domingo, 17 de março de 2013

Corrida ISCPSI/APAV - Correr com a Segurança!

Hoje não temos foto dos atletas. Somos os mesmos 2 da última e estamos quase, quase iguais. Por isso, se tiverem mesmo com muita, muita vontade de nos ver de novo, vão ao último relato e matem as saudades.

Devo dizer que o ambiente inicial, que começou  no acto de levantamento dos dorsais, me deixou logo com mixed feelings, que a final não se justificavam, sobre a corrida....:

Achava eu que esta corrida era organizada pelo ISCSP (Instituto superior de Ciencias Sociais e Politicas) e APAV (vá-se lá saber porque razão eu pudesse alguma vez achar que estas duas se associariam numa iniciativa destas...), mas não. Aliás, andei uns dias a tentar decifrar mentalmente o "SI" na sigla, e achei que teria a ver com algum acrescento relacionado com a mudança de instalações das "Ciencias Sociais e Políticas", que antes estavam na Junqueira...

Daí o meu espanto, quando cheguei ao local de levantamento de dorsais, num pavilhão desportivo por trás da Esquadra do Calvário, e me deparo com uma equipa de policias, sentados em várias mesas a olharem para mim. Não foi uma agradável sensação, admito, e entrei a medo. Mas lá levantei os dorsais sem nenhum percalço de maior e saí de lá aliviado, a passo rápido, ainda a matutar sobre a razão de ser daquele contingente policial, sobretudo quando a corrida, achava eu, nada tinha a ver com a policia.

Só esta manhã, quando cheguei à linha de partida, e vi de novo grandes contigentes policiais, homens e mulheres, vestidos de azul, a pé, sozinhos, com cães, em casais, trinta por uma linha, é que resolvi levantar os olhos, e ler o que dizia na placa à porta do tal ISCPSI. E dizia: Instituto Superior de Ciencias Policiais e Segurança Interna... E fez-se luz...

Hoje ainda achei que a corrida não se realizava. Quando me levantei, ainda não eram oito, e olhei pela janela, a Infante Santo parecia um rio. Não se via o alcatrão, e a água corria rua abaixo como se estivesse ela já atrasada para a partida. Mas conheço o meu colega de corrida. Ele é do Fundão. E nada do que eu lhe pudesse dizer seria nunca justificação suficiente para não irmos. Nem insisti. E fomos. E ainda bem.

Eu ainda fui preparado para o mau tempo (porque chuviscava minutos antes da partida) com as competentes fatiotas, calça-licra até ao tornozelo, impermeável, boné para não molhar os cabelinhos... Ainda fui troçado, e com razão. Mal a senhora da pistola deu o tiro, corri os primeiros 100 metros e já estava a tirar o impermeável e o boné e a por tudo à cintura, o que é muito incómodo porque, como quem corre sabe, nestas coisas até um alfinete a mais já pesa demasiado. Só não tirei a bela da calça-licra porque não podia (pela ganância de cumprir o objectivo de tempo, não por outra razão...) senão tinha tirado.

Não só não choveu durante a corrida, como chegou a fazer sol, e calor! O percurso é gastamente conhecido, mas é sempre muito agrádável, junto ao rio. O único senão, para mim, que existe quase sempre nestas corridas à beira-rio, é ter que andar para trás e para a frente, a passar pelos mesmos sitios. E o que me incomoda mais, na altura, é ter a falsa esperança-ilusão consciente de que se está a chegar à meta, e saber lá no fundo que não se está.  Já sabiamos que tínhamos que correr mais um km e voltar para trás...para a meta, mas o cansaço é um poderoso alterador de consciencia, e de eesperança irrealista.

Mas a corrida correu muito bem e soube ainda melhor. Os tempos mantêm-se, mas o à vontade instala-se e isso é o marco fundamental para começar a fase de melhoria de tempos.

Estamos a crescer, deve ser isso!






domingo, 24 de fevereiro de 2013

Grande Prémio do Atlântico - Poucos mas MUITO GRANDES

 
Por falar em volatilidade dos UdC.... A fotografia diz tudo.
 
Que Manhã. Chegámos a horas, levámos dorsais, começámos na linha da frente, não houve tartarugas e saímos pela porta grande. Talvez os tempos não tenham correspondido aos objetivos traçados, apesar de terem sido muito bons. Mas, como sempre, queremos aqueles segundos a menos. Não me parece dramático.
 
Voltámos à cidade com aquele sabor a maresia na boca, com a cara áspera do sal que se cola à pele, e com a sensação de termos passado uma manhã de sol na praia. Um clima perfeito, com sol aberto mas temperado pela brisa e temperatura maritimas, manteve os radiadores fresquinhos ao longo de todo o trajecto.
 
Mais que tudo, foi uma prova bonita, sem sobressaltos, que acabou, em beleza, com um aconchego da Claudine no Capote. Quem não sonha com ter uma claudine ali no Capote, para nos repor as energias, nos agradar com a sua superfície adocicada e saciar as nossas insuficiencias mais basicas naquela hora de necessidade. Só quem lá esteve é que poderá alguma vez compreender.
 
Já não ia à Costa de Caparica há anos, e sabe sempre tão bem lá voltar, ver que tudo está na mesma mas melhor, e sobretudo para reviver esta prova única, na companhia sempre intensa e motivadora do meu co-fundador. Mas confesso, hei de la voltar em breve, mas não para correr, e talvez sozinho. É que a Claudine não me sai da cabeça!
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

RENASCER EM CASCAIS

O processo do nascimento é sempre complicado, perguntem a todas as mães que para aí andam. Mas também é complicado para os que nascem, e a esses ninguém lhes pergunta nada. É por isso mesmo que o processo de renascimento, seja ele qual for, é tão bonito e especial. Porque pode ser relatado pelo próprio renascido. E esta prova marcou, para mim, esse especial momento.

Passados mais de 2 anos desde a minha última corrida "oficial", fui de novo lançado ao mundo das corridas, motivado e acompanhado pelo colectivo, sempre volátil, mas firme, dos UdC, nesta prova de 20 km que hoje se realizou em Cascais.

Apesar das endo-criticas maldosas e impiedosas ao passo mais moderado de alguns dos membros desta confraria desportiva ("tartaruga", foi o palavrão que me chamaram à frente de todos), a verdade é que o (meu) processo de reinserção nas corridas foi suave e gentil, como deve ser. E, apesar das tentações de acelerar o passo, de ir ao encontro daquele sofrimento de fim de prova que se odeia mas ao qual dificilmente se resiste, o andamento manteve-se  tranquilo e constante, pelo menos para parte do grupo.

Amigo não empata amigo. E por isso houve tempos para todos os gostos. Tempo laser para o super pró, tempo flecha para o pré-maratonista e tempo passeio para o ocupado e para o renascido.

O dia estava perfeito. Fresco, sem sol e sem demasiado vento. Tendo em conta a zona, acho que não poderíamos ter pedido melhor....bom, talvez uns dorsais ao peito e o respectivo direito a uma maçã e medalha comemorativa no final.. mas enfim. Não há situações ideiais nem corrridas perfeitas e, por isso mesmo, aí está.

Claro que tinha que haver o problemazito da prache com a organização. Como alguns de nós não tinhamos os dorsais no final da corrida, acabei a prova em diálogo aceso com o porteiro das maçãs, que não me deixou sair pela porta dos atletas e me obrigou a sair pela dos mitrosos que se colam à corrida, insistindo que constava do regulamento: "sem dorsal, não comes maçã,...". Evidentemente, do regulamento nada consta sobre acabar a prova sem dorsal, nem sobre o resepctivo castigo.  E mesmo que constasse, estando inscrito na prova, que raio de diferença faria sair com o resto dos atletas e  receber a medalhita e maçã..... bom, já se percebeu que o que eu queria mesmo era aquela maçã....

Tirando esse final atribulado, foi uma manhã muito bem passsada. Mas, como disse no principio, não há nunca partos simples, ainda que de renascidos! Agora, resta começar a re-crescer!